Sinto-me bem aqui. Neste pequeno momento e lugar, que é meu, eu sei quem fui outrora. Esqueço-me de quem sou e relembro a pessoa que habitava o meu olhar. Descansar de quem sou e voltar a ter um pouco daquilo que fui...

"Que me saiba perder... pr'a me encontrar!..." Florbela Espanca

Diz-me que sim...
Que o sol se fundiu com o teu olhar para iluminar os maus dias mais negros.
Que a lua adormeceu encantos nos teus lábios para que possas adoçar a amargura dos meus.
E que as estrelas te pintaram com essa suavidade para me tocares como um doce de Inverno que me aquece mesmo nas paredes gélidas da tua ausência...

Às vezes temos destas coisas... apetece-nos ficar simplesmente calados, não dizer nada, saborear o silêncio.
Considero tão importante o silêncio... dou muito valor àqueles pequenos momentos de silêncio entre duas pessoas. Aliás, acho que só podemos estar cem por cento à vontade com uma pessoa quando podermos estar em silêncio sem o pensamento de querer arranjar um tema de conversa forçado. Para quê falar sempre? Porque não apreciar a paz, a calma do silêncio? Deixá-lo envolver-nos o espírito, e procurar ouvir no meio do silêncio alguns simples sons que podem ser tão importantes e são tão ignorados por nós. Às vezes parece-me que as pessoas não compreendem o facto de eu precisar de alguns momentos de silêncio, paz, calma... de estar comigo, de escutar os meus pensamentos, conviver com o meu ser. Andamos sempre a correr, a receber informação, a falar com este, com akele, a telefonar para ali e para aqui. O silêncio acaba por ser um bem precioso que não consigo prescindir...