Solidão
Solidão de não saber mais quem sou,
De ter perdido um brilho,
que agora o sei fugaz,
e julguei possuir.
Tormenta de te ver partir.
Desespero de ver regressar essa minha sombra
E apoderar-se de tudo o que fui.
Voltarei à penumbra,
Destino este que torno a visitar.
As minhas forças desvanecem
Em cada suspiro pelo passado
Não queimo cartas nem fotografias
Nas palavras e objectos de outros tempos
Encerro as minhas alegrias
E carregarei esse amargo fardo,
por vezes doce, para quem ousa sonhar
Que das cinzas também pode nascer o fogo...
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