segunda-feira, abril 18, 2005

Sou apenas eu, a tentar esconder lágrimas em sítios onde apenas o tempo as pode saborear.
Pequenas gotas de memórias que jorram na face de alguém que não descansa o passado.
Pedaços de vida que encerram segredos e sonhos fustigados pelovento e pelo bater das ondas desse tempo que não pára, tempo que não dá tempo. Que te obriga a correr quando há sol e a caminhar nas trevas. Adormeço agora, descanso os meus fatigados braços de te procurar alcançar.
Penumbra eterna a quem peço que esconda os sentimentos presos dentro de mim, pois força me falta para os enfrentar e lágrimas já não correm para os lamentar.

sábado, abril 16, 2005

Escrita de comboio, efêmera como tal.
Pequenos estados de espírito induzidos
pelas negras nuvens que avisto,
ou pelo brilhante sol que me queima a vista.
Tristezas ligeiras, deslumbres momentâneos
nestas paisagens que correm...
Um verde que busca o céu e dança
ao sabor do vento, na margem de um rio
que parece caminhar incessantemente
em direcção ao pôr do sol,
num horizonte que poderia ser um quadro,
de um desses pintores melancólicos,
mas que, na verdade,
encontra-se exposto na parede destes vagos segundos
encerrados na janela de uma carruagem...

segunda-feira, abril 04, 2005

Às vezes a luz também tem melodia,
A melodia que é reflectida no teu rosto
E que embala em cada ondular do teu cabelo...
Como se com os teus traços pintasses uma canção
e com o teu olhar me prendesses à tua tela.

Sigo o caminho do vento, rumo a terras de tempo incerto.
Não busco amor ou paixões efémeras. Busco uma pessoa,
não o invólucro ou a captura fácil da beleza exterior,
mas a essência da sensualidade interior.
Dessa força gravitacional humana chamada atracção.
Busco vontade, sentido e força.